terça-feira, 30 de abril de 2013

Os desafios da Venezuela de Maduro



 Matéria:Roberto Amaral



A convite do Conselho Nacional Eleitoral (CNE)  da Venezuela, uma espécie de nosso TSE, mas sadiamente sem acumular poder de polícia, tive a oportunidade de acompanhar as eleições presidenciais de 14 deste  abril e compartilhar opiniões com outros companheiros de missão, Samuel Pinheiro Guimarães, Olívio Dutra, Fernando Moraes e o ministro Dias Tóffoli, além de representantes da Unasul e do Mercosul, e de instituições internacionais de quase todos os países do mundo – americanos, mexicanos como Cuauhtémoc Cárdenas, coreanos, ingleses, suíços, argentinos, franceses, canadenses, jornalistas (gente das mais diversas agencias noticiosas internacionais), observadores, especialistas, juristas, escritores… O Mundo estava em Caracas.

O presidente eleito da Veneziela, Nicolás Maduro. Foto: Raul Arboleda/ AFP




Contrariando a expectativa que me fôra criada pela leitura da imparcialíssima imprensa brasileira, encontrei, às vésperas do pleito, uma Venezuela tranquila e uma Caracas serena coberta de outdoors dos dois principais candidatos e animada pela imprensa (jornais e televisão), em sua maioria esmagadora oposicionista. Após a caminhada de Capriles, sem incidentes, descrita como monumental, assistimos, na quinta-feira, a impressionante mobilização popular com a qual Maduro encerrou sua campanha. Oposição, situação, imprensa não chegaram a acordo na avaliação da multidão que encheu ruas e avenidas da capital, calculada entre dois e três milhões de pessoas.
Fora dos atos de campanha, aos observadores internacionais foi oferecida uma série de palestras com especialistas e funcionários do CNE, em minuciosas explicações do processo eleitoral. Na sexta-feira 12 participamos de  debates com os comandos das campanhas de Capriles e de Maduro. No sábado, conhecemos o processo de montagem das máquinas de votação (as urnas eletrônicas como chamamos aqui), seus sistemas de segurança  e distribuição.
No domingo 14, dia da eleição, os observadores foram distribuídos em equipes que se espalharam por todos os Estados da Venezuela. Coube-me integrar um dos grupos  de Caracas, tendo a oportunidade de visitar algumas seções eleitorais em pleno funcionamento e assistir a três apurações de votos em papel. Explico a seguir como se dá o processo do voto para que meu eventual leitor possa entender. Antes, assinalo a ordem,  a paz e mesmo a alegria que conheci, nas ruas e nos locais de votação, livres de manifestações ou ‘boca de urna’. Pode ser uma visão impressionista, mas recolhi a certeza de que o povo estava consciente da importância cívica do ato do qual era o sujeito.
O processo de votação. Ao ingressar na sala de votação (em todas as seções por mim visitadas encontrei delegados dos dois candidatos principais), o eleitor é submetido à identificação datiloscópica eletrônica, infalível. Este processo, que na Venezuela é universal, no Brasil é apenas ensaiado, e ainda timidamente.
Confirmada a identidade e o pertencimento àquela seção, o eleitor é autorizado a ingressar na cabina indevassável, muito similar às nossas. Lá, diante de uma tela, na qual se encontram as fotos de todos os candidatos, pressiona a imagem do seu candidato, estampa que surge no visor da máquina eleitoral, onde ele confirma seu voto e colhe dele um recibo. É a comprovação material, gráfica, de seu voto eletrônico. Aí ele sabe que  a máquina realmente registrou sua vontade (o que, no Brasil, é impossível).  Esse recibo o eleitor, à frente de todos, deposita-o numa urna, que, ao final da votação, é lacrada. Feito isso, assina a folha de votação, onde também deixa suas impressões digitais, e tem um dedo das mãos embebido em tinta indelével por uma semana (admito que não entendi a utilidade disso). Por que o depósito na urna? Se o recibo garante a autenticidade do voto, o depósito na urna possibilita, em qualquer hipótese de dúvida, a conferência, mediante a comparação entre o relatório da máquina e os votos impressos. Explico. Após a votação, encerrado seu processo, o chefe da seção, em ato publico, aciona a máquina eleitoral, que lhe fornece em segundos um relatório do qual constam o número de eleitores da seção, total de votantes e os votos de cada um dos candidatos, inclusive os nulos e brancos e os votos por partido.
A conferência, ainda impossível no Brasil, não é, porém, mera hipótese. Pela lei, independentemente de requerimento de qualquer candidato, imediatamente após a votação e o relatório da máquina, 54% das urnas são abertas e conferidos os votos, cédula a cédula. Isto foi feito ao final da votação do dia 14.  Nenhuma discrepância nas conferências de 54% das urnas/máquina de votação, atestado de sua lisura e consequente confiabilidade.
Ao final da apuração, com a eleição apertada de Maduro, anunciou-se a presença, no pleito, de quase 80% dos eleitores inscritos, cifra que se pode considerar elevada se considerarmos que na Venezuela, ao contrario do que ocorre entre nós, e aqui acertadamente, o voto não é obrigatório. (Nas eleições presidenciais brasileiras de 2010, segundo turno, a abstenção chegou a 21,47% do eleitorado apto a votar)
Encerrado o pleito, anunciado o resultado, a presidente do CNE, antes do que entre nós chamaríamos de ‘diplomação’ do eleito, recebe os observadores internacionais (personalidades e instituições) e deles seus relatórios. No caso, todos afirmativos da segurança do processo, garantidora da confiabilidade do resultado eleitoral.
O candidato Capriles, quando questionou o resultado, sabia que estava fazendo encenação, demagogia impatriótica, açulando seus seguidores para um confronto inglório e inútil e acima de tudo irresponsável. Apesar das mortes, lamentáveis, não houve o caos tentado, e a Venezuela volta ao trabalho e à tranquilidade institucional. Para isso foi fator relevante o pronunciamento dos Estados sul-americanos, a atuação da UNASUL e a presença dos  presidentes dos países da região na posse de Maduro. Aos poucos se afirma a autonomia sul-americana, superando, com a união de nossos Estados, a supervisão norte-americana. Quedou-se no vazio a resistência  de Washington em reconhecer o resultado do pleito.
Mas isso não é, todavia, a história toda.  O resultado do pleito também revela uma sociedade perigosamente partida ao meio, e, diante dessa divisão, um governo que nasce fragilizado pelos números eleitorais, minado pela política desestabilizadora dos EUA, fustigado diuturnamente pelo monopólio ideológico da informação que desempenha papel decisivo na formação da consciência política, sempre na contramão dos interesses nacionais e populares. De outro lado, e cumulativamente, enfrentará uma oposição que, em embates anteriores, já disse qual é seu compromisso com as regras da democracia. Nenhum.
O governo Maduro e as forças progressistas organizadas, deverão, enquanto é possível, promover uma profunda avaliação  desses ricos  14 anos de governo, mas, de especial, do período que dista de outubro último a essas eleições. Nesse curto período de seis meses, a vitória de Hugo Chávez, com cerca de 10% de vantagem sobre os votos de seu adversário, reduziu-se aos minguados de 1,7% de Maduro, apesar de a campanha haver sido envolvida emocionalmente pela morte do grande líder.  Há que se buscar explicação, pois, evidentemente, parte do eleitorado fiel a Chávez em 18 eleições migrou para o adversário. É insensato, portanto, o senhor Maduro acusar o ‘avanço’ da burguesia, quando, na verdade, o candidato oposicionista teve quase metade dos votos. Nessa metade, por óbvio, estão os ricos, uma minoria mínima em face da persistente concentração de renda, está a classe media, e muitos pobres, trabalhadores, descamisados e favelados, a base de sustentação social do chavismo. Observadores atentos me dizem que essa migração para Capriles pode ter tido razão na desvalorização do bolívar (a moeda local), de quase 50%, promovida por Maduro como Presidente interino, medida de imediato impacto nos preços, e na crescente deterioração da segurança pública na grande Caracas. Pode ser. Mas, ainda, não é tudo.
O futuro do governo Maduro – pois, é preciso dizê-lo, nas circunstâncias atuais ele não tem assegurada a integralidade de seu mandato de seis anos – depende muito dessa auto-reflexão, depende da solidariedade dos governos e povos do continente, depende de seu desempenho político (sua capacidade de alargar o atualmente restrito arco de alianças sociais) e depende de seu desempenho na gestão da economia nos próximos três anos, pois nasce ameaçado pela convocação de um referendo revocatório de mandato, novidade introduzida pela Constituição bolivariana, com o qual já acena a oposição, inconsolável com mais uma derrota, mas cheia de esperança para voltar ao poder.
A interligação dos processos políticos em nosso subcontinente diz que não há mais desenvolvimentos isolados, não somos mais ilhas perdidas entre si. O arquipélago transforma-se em continente. O que ocorre na Venezuela (e em cada um de nossos países) diz respeito a todos.

Leia mais em www.ramaral.org
 

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Liza Prado prestigia ação na Escola Municipal Dr. João Cupertino









Liza Prado participa de Assembleia de prefeitos em Uberlândia

No intuito de defender e esclarecer o Projeto de Lei Complementar (PLC 32/12), de sua autoria, que busca instituir a Região Metropolitana do Triângulo Mineiro, Liza Prado esteve, juntamente com Gilmar Machado, Paulo Piau e outras lideranças da região, na sede da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paranaíba (Amvap) nesta sexta (26/04) em Uberlândia.
A reunião foi útil para elucidar a importância que a criação da Região Metropolitana traria para os munícipios do Triângulo, como o desenvolvimento regional, maior captação de recursos nas esferas federais, estaduais e municipais, além de financiamentos do BNDES, BID e Caixa Econômica.








DNIT vai suspender restrição do tráfego de caminhões no perímetro urbano de Uberlândia


O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) vai suspender por 90 dias os efeitos da portaria que restringe o tráfego de veículos pesados em Uberlândia. A decisão foi tomada no final da semana passada durante reunião na Associação Comercial e Industrial (Aciub). Empresários e representantes da Prefeitura apresentaram um projeto de segurança para os trechos que prevê mais informação ao longo das rodovias que cortam o perímetro urbano e redução de velocidade. O projeto prevê a implantação de 19 lombadas e 55 placas de sinalização nos trechos. Junto com as medidas vão ser feitas campanhas de educação no trânsito e junto às empresas de transporte. As propostas apresentadas foram registradas em ata e ficou definido que os efeitos da portaria do Dnit serão suspensos pelo prazo de 90 dias para que as ações sejam implementadas. Junto com as medidas vão ser feitas campanhas de educação no trânsito e junto às empresas de transporte. A Polícia Rodoviária Federal informou que serão feitas palestras para levar conscientização para um trânsito mais humano em Uberlândia. A iniciativa tem a sua importância porque revela a preocupação do setor produtivo e escoamento da produção, mas é imprescindível que a vida seja preservada, bem como os direitos à segurança da população e do pedestre. Vamos continuar acompanhando de perto esta questão que aflige há tanto tempo a cidade de Uberlândia.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Jornal do Pontal destaca atuação parlamentar da Deputada Liza Prado no município de Gurinhatã


O Jornal do Pontal destacou na sua última edição os recursos recebidos pelo município Gurinhatã indicados pela Deputada Estadual Liza Prado. A solicitação atendeu às demandas da população intermediadas pelo Presidente da Câmara Municipal, vereador Júlio César da Silva. Os recursos foram destinados à compra de implementos para beneficiamento de leite do Assentamento São Jerônimo Pequeno, melhorias viárias e reforma do Lar do Idoso São João Batista.

Leia a reportagem clicando aqui.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Homenagem Cidadão Amigo das Crianças no município de Betim/MG



 
 A deputada estadual Liza Prado recebeu na noite desta quarta-feira (24/04) em Betim o título de Cidadã Amiga da Criança. A Comenda foi entregue em cerimônia realizada pela APSSEMG – Associação de Promoção Social e Serviços Especiais de Minas Gerais, Instituto Neuza Dutra e o MED - Movimento Estudantil do Brasil. O título é concedido a autoridades públicas e privadas que prestam relevantes serviços em prol da defesa dos direitos da criança, adolescente e da família. O evento contou com a presença de centenas de autoridades e ilustres representantes da sociedade mineira.

Clique aqui e veja todas as fotos...







  





25 de Abril - Dia do Contabilista


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Audiência Pública na ALMG discute a proposta da deputada Liza Prado para criação da Região Metropolitana do Triângulo

Foto: ALMG


Deputados e lideranças do Triângulo Mineiro defenderam nesta terça-feira (23/4), em audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a criação da Região Metropolitana do Triângulo Mineiro de autoria da deputada Liza Prado, (Projeto de Lei Complementar - PLC 32/12). A Audiência Pública foi solicitada pela deputada e pelos deputados Elismar Prado e Adelmo Carneiro Leão.
Liza Prado ressaltou a satisfação de ser autora da proposta da criação da Região Metropolitana do Triângulo e destacou que a sua aprovação vai possibilitar a construção e implementação de equipamentos públicos importantes, como os hospitais regionais e as redes de saneamento básico integradas. Para enfatizar a importância do projeto, a deputada anunciou ainda a realização de outras audiências para discutir, junto à população e autoridades das cidades envolvidas, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 32/12, que trata do tema. O primeiro encontro regional vai ser promovido no dia 20 de maio, em Uberlândia, onde será apresentado o mapa com todos municípios que farão parte da região e demais informações técnicas. Ela acrescentou que o projeto poderá ter nova redação a partir das contribuições.
A vice-presidente da comissão, deputada Luzia Ferreira, enumerou os benefícios a serem propiciados pela integração dos municípios. Para ela, o principal ganho será o de compartilhar e desenvolver políticas públicas conjuntamente. “Hoje, é comum morarmos em uma cidade e trabalharmos em outra. Já estamos compartilhando a infraestrutura urbana existente em diferentes entes. A proposta vai gerar economia de recursos e mais eficiência na prestação dos serviços públicos”, enfatizou a parlamentar.
“Uma vez criada a região metropolitana, os municípios poderão receber recursos provenientes do Fundo de Desenvolvimento das Regiões Metropolitanas”, afirmou o deputado Elismar Prado. Para Elismar, as políticas públicas serão significativamente ampliadas com esse incentivo. De acordo com o parlamentar, é preciso também estabelecer outros critérios para delimitar a região metropolitana. Segundo ele, o Estado deve deixar de lado o critério mais usual, o de adensamento populacional, para passar a analisar as inter-relações econômica, social e cultural.
Adelmo Carneiro Leão (PT) enfatizou a relevância da iniciativa, uma vez que, segundo ele, muitos já defenderam o desmembramento do Triângulo do Estado. O deputado lembrou as conquistas da região, como a duplicação de rodovias, a consolidação do transporte aéreo e do sistema ferroviário para carga e a instalação de grandes centros universitários. Ele propõe que seja criada uma Rede de Integração. Adelmo também sugeriu sistematizar a discussão, elaborando um relatório ao final dos encontros.

Foto: ALMG

 Deputados pretendem alterar legislação vigente

O deputado Luiz Henrique fez um alerta: “enquanto não mudarmos a legislação vigente, não poderemos criar novas regiões metropolitanas no Estado”. Com este objetivo, o parlamentar apresentou o Projeto de Lei Complementar (PLC) 35/13, que altera a Lei Complementar 88 de 2006, que dispõe, por sua vez, sobre a Instituição e a Gestão de Região Metropolitana e sobre o Fundo de Desenvolvimento Metropolitano.
Segundo Luiz Henrique, um dispositivo da norma de 2006 inviabiliza o processo. Ele explica que é exigido que as cidades se encontrem em situação de conurbação, que seria a unificação da malha urbana de duas ou mais cidades, em consequência de seu crescimento geográfico. “O que não inclui municípios que apresentem também área rural, por exemplo. O que devemos observar é a integração econômica e cultural das cidades envolvidas”, salientou o parlamentar, que assegurou a anuência do governador. “Ele vai sancionar”, declarou.
Declararam apoio à proposição os deputados Leonídio Bouças, Luiz Humberto Carneiro, Tenente Lúcio, Antônio Lerin e Paulo Lamac. O relator do PLC 32/12, deputado Zé Maia, ressaltou que vai tecer um “parecer que beneficie a todos". "Essa relatoria não será minha, será coletiva, será a relatoria do Triângulo”, apontou. Também estiveram presentes à reunião, o prefeito de Uberaba, Paulo Piau Nogueira, o vice-prefeito de Uberlândia, Paulo Vitiello; o prefeito de Patrocínio, Lucas Campos de Siqueira e o vice-prefeito de Araguari, Werley Ferreira de Macedo.